Manu e Pedro moravam na mesma cidade. Durante muito tempo... Foram só amigos durante anos, até que um dia, numa noite estrelada, na sala da casa dele, vendo filme, aconteceu de eles rirem demais, com os rostos perto demais e as bocas chegaram perto demais e não se resistiram mais... Um primeiro beijo, separado, dois dias depois, pela distância de compromissos dos dois.
Estavam na faculdade, cada um num horário, ela de manhã e ele a noite. Ele trabalhava num escritório de contabilidade, apesar de fazer engenharia civil, ela dava aulas de informática e queria ser historiadora, mas fazia, por enquanto, música (quanta coisa pra uma menina só não é? Mas a Manu era assim mesmo, queria engolir o mundo numa pernada só...). Então, durante o dia, eles não podiam se ver, durante a noite, estavam sempre cansados e não conseguiam sair de casa, trabalhos e muitos compromissos, durante a semana.
Até que chegou a sexta feira e eles combinaram de se encontrar. Foram ao cinema, andaram de mãos dadas, conversaram, riram e Manu sentiu seu coração disparar quando percebeu as mãos de Pedro suadas ao lhe dar um beijo no rosto... No rosto! Pois é, naquele dia, eles não ficaram de novo... parecia até que estava acontecendo tudo de novo, como se fosse a primeira vez e essa emoção embalava os dois que marcaram de sair de novo no sábado, lógico.
Dessa vez, nessa noite de lua cheia, céu claro e tempo fresco, os dois foram pra um barzinho, com alguns amigos, conversar, beber e comemorar o fim de semana. Por baixo da mesa, Pedro segurou a mão de Manu e disse que queria, desesperadamente, ir embora. Ela disse pra todos na mesa que estava com dor de cabeça e pediu pro Pedro levá-la. Foram embora, brincando, sem se dar as mãos, pra casa dela.
Lá, ficaram vendo um filme que tava passando na tv. Era um romance e de novo, eles ficaram abraçados, Pedro acariciava levemente o braço de Manu que se apoiou no ombro dele e conversava olhando sempre nos olhos... De novo, aquela sensação de novidade, a respiração um pouco ofegante, os rostos se aproximando devagarzinho e o beijo... Aaah o beijo... os dois se sentiam flutuar enquanto se beijavam, Manu não podia sentir o toque de Pedro que já queria ficar ali, nunca esperava que fosse sentir tudo isso por ele que era tão seu amigo... e Pedro, que tinha recém terminado um namoro catastrófico, ficava, cada vez mais, encantado com a amiga...
Nova segunda-feira, novos compromissos e a semana dos dois passa, mais uma vez, agitadíssima... Ainda não tinham contado pros amigos, só pra continuar com aquela sensação de novidade. E chegou o fim de semana. E saíram, de novo... chegaram na festa da Fernanda de mãos dadas e todo mundo achou super legal que eles estavam juntos.
Pena que a ex do Pedro tava lá. E a Manu sabia da história, sentia ciúmes e o Pedro ficou diferente com ela. Com elas... ele estava incomodado, ficava fugindo da ex, Roberta, e evitava ficar muito perto da Manu. Extremamente chateada, a menina foi embora, mais cedo. Pegou um taxi e partiu, sem nem dar tchau.
Logo que Pedro percebeu a ausência da Manu, e ainda bem que isso não demorou muito, ligou no celular dela... ela não atendeu, só que não foi porque não quis, foi porque a essa hora, ela estava sozinha, numa ruela feia e suja, machucada e sem a sua bolsa... Pedro demorou demais pra sentir falta dela. Havia sido assaltada e por Deus que não tinham feito mais nada, além de bater e levar seus pertences...
A menina chorava, de raiva, de ciúmes, de tristeza, por se sentir humilhada e ofendida... Conseguiu levantar-se e ligou pro Pedro, ainda bem que ele tinha créditos! Tudo que ela queria era um abraço, ir pra casa e tomar banho. Acontece que o Pedro não atendeu porque tinha ido pra casa dela ver se a encontrava e deixou o celular na casa da Fernanda. Mais frustrada ainda, Manu foi embora caminhando, mancando e chorando. Como puderam? Ela estava a duas quadras de casa, tão perto, tão cedo e ninguém a ajudou!! E cadê o Pedro? Será que ele estava com a Roberta? Ela não queria mais ficar separada dele, além dos cinco dias da semana...
Enquanto isso, Pedro, chegando na casa de Manu, tocava o interfone desesperadamente, mas ninguém atendia. Nem a colega de quarto dela, nem ela. Nada. Pedro ficou preocupado, ligou pro celular da Manu umas quinhentas vezes e só conseguia pensar no pior, quando teve a brilhante idéia de dar uma volta pelas quadras ao redor e ver se a encontrava caminhando... A idéia de não tê-la mais nos finais de semana o entristecia e a cada passo, ficava mais angustiado para vê-la e explicar-se e abraçá-la e nunca mais deixar Manu sair daquele abraço...
Os dois se encontraram, na curva da primeira esquina, quando menos esperavam. E foi, de novo e como sempre, como se fosse a primeira vez... E Manu tinha certeza que, mesmo com todos os problemas da vida, ela teria sempre companhia. Do mesmo jeito que o Pedro sabia que aquela certeza de que ela era a menina certa nunca o abandonaria.
p.s.: quase que nem do filme, sabem? Com a diferença que nenhum dos dois perde a memória, mas tentam se reconquistar todos os dias.
p.p.: e daí, depois que a Manu se recuperou, vieram todos os sentimentos que o Vitinho descreveu tão perfeitamente no http://frivolaspas.blogspot.com/ e que eu nem preciso contar porque a maioria já deve saber como são, apesar de que ler tudo isso, nas palavras do Vitinho é até mais emocionante...)
p.s. da Mariana: gente, eu não sei howthehell se coloca um bendito link no flog. Alguém me explica de novo, plis? ¬¬
p.p.s. da Mariana: Estou idiotamente romântica e otimista ultimamente e a faculdade continua aquela mesma merda, com a diferença que eu me conformei.