terça-feira, 29 de abril de 2008

E carrega a saudade pra lá...

Roda viva - Chico Buarque
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu.
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu?

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá...

Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir,
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir...

Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há,
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá...

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não, senhor!
Não posso fazer serenata,
A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa,
Viola na rua a cantar,
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá...

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou,
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa,
Faz força pro tempo parar,
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá...

Roda mundo, roda gigante, roda moinho roda pião, o tempo rodou num instante, nas voltas do meu coração...

E daí que parece que quanto mais a gente quer, menos pode. Quanto mais corre, mais o bicho pega e daqui pra lá, o tempo voa e a gente se perde nas horas que já passaram. Parece que quanto mais eu chego perto, mais meus planos vão pra longe; de um minuto pro outro, a vida muda, mais rápido do que nunca. A cada esquina, um novo rosto, um novo trabalho e mais uma preocupação... Pra ontem, eu tinha que ter organizado meu amanhã e pra hoje, parece que o tempo estancou e nada mais adianta correr. De agora pra daqui a pouco, vai mais meia hora de correria e depois dela, mais um tanto que não me deixa mais pensar e nem olhar o dia.
No fim, a roda viva (da vida que nunca pára) carrega tudo embora, até o meu tempo de olhar as estrelas, dançar e sentir saudade...

sábado, 26 de abril de 2008

Memê (é assim Re? Oo)

Renata mandou, quem é a gente pra dizer que não?

Então, tirando fazer os pais assassinos virarem piada e rir da cara do padre que, com leões, atravessaria o Congo, chegaria no Atlântico e comeria os balões, tem oito coisas que eu bem que preciso fazer antes de morrer (olha, a lista do antes de bater as botas gente!):

1. Saltar de paraquedas;
Imagina? *__*

2. Morar em Londres;
simmmmmmmmmm, com a Re e todo mundo ia ter que visitar a gente;

3. Escrever um livro;
eu duvido que eu consiga, mas não custa tentar, né?

4. Assistir um show da Marisa Monte, do Teatro Mágico, do Strokes, do Killers e um espetáculo do Terça Insana (que tá em Maringá esse fds e eu não vou poder ir, por causa do festival de dança ¬¬');
Adouuuro :}

5. Casar e ter filhos;
Não necessariamente nessa ordem e nem necessariamente as duas coisas :D

7. Aprender a tocar baixo, aprender a dançar tango, ir embora de Maringá;
tchaaaaaaaau, Maringaaaayy, tchaaaaau, te vejo nunca mais! (e sim, eu roubei e coloquei três em um. Oi, foi de propósito)

8. Comprar o MEU pc (e um carro, uma casa, mil livros, mil cds e mil coisas de dança do ventre).
Vcs podem pensar: "ai, como ela quer pouco", mas simmm, pra mim significa mto que não tenha outros dedos além dos meus digitando o MEU teclado. [egoísta mode on]

sexta-feira, 25 de abril de 2008

De quem nasceu pra ser comediante.

Aaah gente, eu não sei contar piadas ¬¬'
As pessoas dizem que eu sou engraçada, mas eu nunca acho. Se eles acham engraçado rir dos meus tombos e dos meus trocadilhos infames, então tá né?
De qualquer forma, poooxa vida, eu queria escrever algo que fizesse as pessoas rirem (e não chorarem ou pensarem sobre a vida ¬¬')... Mas é dificil, rapaz!
Bom, daí, tem uma piada:
- Como faz pra tirar leite de gato?
- Simpis! Tira o pires!!!!

ai ai adorei quando a Re me contou isso, e é bom contar pro mundo
HAHAHAH

(g-zuz, to surtando!)

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Ahhh o feriado.

Tem TANTA coisa passando pela minha cabeça que eu não consigo nem pensar em nada que seja relevante - ou será que eu to achando que tudo isso é relevante, por isso não consigo parar de pensar?- pra fazer um post novo aqui. Eu tô com muita vontade de escrever, mas eu nem sei por onde começar - necessariamente, precisava começar por algum lugar e se for ver, eu acabei de começar, não é? - porque acontece tanta coisa ao mesmo tempo e tudo de uma vez e fica complicado de pegar fôlego e continuar enfrentando tudo e conquistando o que tem que conquistar e ontem a noite eu vi o mar na televisão e me deu saudade de Floripa e daí eu lembrei da festa que a gente ficou brincando que a grama era mar, e que os barulhinhos da música eram do game do come come, sabe? E dai a música que tá tocando agora, agorinha mesmo, - Iris- é muito linda, muito emocionante e me lembra aquela do Aerosmith que eu gosto mais ainda: I don't wanna miss a thing ou alguma coisa do tipo e isso me lembra que eu nem tenho ninguém pra ouvir essa música junto, que até tem, mas essa pessoa não quer ouvir a música comigo - e nossa, lembrei de Music when the lights go out... Bom eu tenho que me arrumar e ir almoçar porque a tarde ainda tem que render muito... será que derreter parafina é difícil?


(Um pouco Tudo disso e mais um pouco teve nas minhas mal dormidas noites. Alguém desliga meu pensamento, por favor?)

terça-feira, 15 de abril de 2008

Na corda bamba, com a sombrinha pesada e sapatilha de ponta...

Pra começar, uma bela e fudida Prova de semântica quinta-feira.
Relatórios e justificativa do projeto da monografia pra sexta.
Ensaios na quinta e no sábado - nesse dia, das 10 da manhã às 6 da tarde.
Feriaaadooo!!! que serve pra fazer trabalhos: Artigo de prática de ensino (que é pro dia 28, dia depois do Festival de dança), análise de tema de um poema de Anglo Literature (que também é pro dia 28), análise de dois livros da coleção "A Palavra é sua" (que é pra ontem)... Observações de prática de ensino em sala de aula, relatórios, relatórios, resenhas, análises, provas...
Provas de inglês, de manhã e a tarde, dias 24 e 29 (sempre, sempre, sempre, o inglês da faculdade e o inglês do curso particular caem no mesmo fuking dia).
Prova de Literatura Anglo - Drama, dia 30 de abril. E tem q ler Macbeth, inteirinho, até esse dia... Adivinha se eu li alguma página? E não é só ler, é ler, interpretar, compreender, traduzir o que for necessário (sim, é em inglês) e fazer análises dos principais elementos...
Festival de dança dia 27. Buscar roupas segunda-feira, comprar spray de tinta pra pintar os acessórios das crianças, derreter a parafina pra fazer a vela de um grupo, montar a minha coreografia de professora - o solo, o qual, by the way, eu ainda nem arrumei a música ¬¬. Ai, o chapéu das crianças! A flor do outro grupo! As roupas da coreografia com a minha turma de aula! Ai, ensaios e mais ensaios! Tem que, ainda, montar aulas, sequências de movimentos pras alunas que não vão pro festival...
Remédio de homeopatia, regime, chá, frutas, não posso comer chocolate, não posso comer pão, melhor evitar massas, melhor evitar doces, melhor fazer exercícios... Preciso pintar o cabelo, quero fazer as unhas, quero comprar calças jeans novas, tá frio, preciso de blusas...
Saudades, carência, ando tanto sozinha! Ainda mais nesse frio... Falta de dinheiro, falta paciência, falta calma e sobram aulas, aulas aulas aulas e mais aulas (e sobra tanto espaço dentro do abraço...).
Sem carona pra voltar da dança a noite, volto a pé, meia hora de caminhada. A vó viajando pra SP (q inveja!!), a gente fica sem almoço, tem que chegar meio dia em casa e fazer ainda, morrendo de fome... Tem que correr do inglês pra dança por causa do horário, toda terça e quinta. Tem que correr da aula pra casa, de casa pra estudar, dos estudos pra dança, da dança pra casa pra estudar... E no fim, algumas noites de insônia pra ajudar mais ainda!
Em julho, o Arthur, filhinho da minha chefe, nasce e ela vai sair de licença e eu vou substituí-la em umas 3 turmas, além de continuar com três das minhas, ou seja, uma média de três aulas por dia, de segunda a quinta e sábado... E isso, durante dois meses, significa montar e passar coreografias pras turmas mais avançadas e novas sequencias pras outras turmas, além das minhas... Mais trabalhos, pesquisas, análises, relatórios e aulas da faculdade, mais voltar pra casa a pé, mais fazer almoço, mais regime, mais arrumar o quarto, mais saudade, mais falta de dinheiro, mais preocupações, mais carência, menos chocolate, menos tempo pra mim mesma, menos paciência, menos eu!

Será que eu chego no fim do ano até o outro lado da corda?

domingo, 13 de abril de 2008

Palavras, frases, histórias


Eu tenho lido muito ultimamente. Muito, mesmo... poesias, dramas, histórias infanto-juvenis, textos teóricos de semântica e de prática de ensino... E blogs, e contos e conversas de amigos... Acho que esse é um dos anos que eu mais li (lógico que no curso de letras todo é impossível não ler muito...).
E teve um livro que me chamou muito a atenção pra todas essas leituras... (como pode um livrico fazer a gente pensar tanto?) É de uma coleção que chama "A palavra é sua..." e o livro, do Walcyr Carrasco (é, aquele que escreve novelas), chama "A palavra não-dita". É a história da menina que tinha uma mãe hippie e não sabia quem era o pai, e ela sentia falta de saber quem ele era e, depois que sua mãe dá uma pista, ela resolve ir atrás e assim se desenvolve a história.
Mas o meu interesse foi com o tratamento dado às palavras. A menina conta a sua historinha, comenta sobre tudo e o que pensa... e eu concordo com ela quando ela diz coisas do tipo que as palavras têm uma força impressionante, têm vários significados, dependendo do que a gente quer com elas e que uma história pode ser contada de várias maneiras e gente! Como isso acontece todos os dias com a gente não é?
Todos os dias algúem vem te dar bom dia, te pedir alguma coisa, te contar uma história que poderia ser contada de outro jeito... Todos os dias, a gente fala se está feliz ou triste, se concorda ou discorda de tal assunto, se adorou ou desgostou de alguma pessoa, situação... Todo dia alguém fere com palavras, ajuda, mente, demonstra amor... Palavras! Tudo pelas palavras!
Uma das coisas que eu mais gostei de fazer letras, foi estudar TUDO sobre as palavras... desde a origem delas no português, em filologia, à formação e forma em morfologia e a sintaxe das frases, a semântica, com cada tipo de significado de cada palavra, dependendo do contexto e de tantas outras coisas, a fonetica e a fonologia, com cada som e combinação...
É muito legal a força que as palavras têm, é muito bom se dar conta de que, realmente, sem elas, a gente não vive! A gente é o que a gente é principalmente por causa das coisas que a gente fala...
Foi legal, com o tempo, aprender a lidar melhor com as escritas e as faladas... É muito legal organizar as palavras do pensamento de acordo com a minha intenção e falar ou escrever o que eu quero... Se eu sou manipuladora? Sim! No bom sentido da palavra, eu sou uma manipuladora-das-palavras que adora o que faz!
Adoro saber quais palavras usar pra convencer uma pessoa do que eu quero, para pedir desculpas, para fazer um agrado, para discutir alguma coisa. Para fazer análises de livros, situações, poesias... Adoro usar as palavras, adoro falar, adoro escrever, adoro ler. Adoro saber das coisas, adoro que me contem histórias, adoro saber mais de uma versão sobre os fatos, adoro perguntar, adoro responder, adoro contar coisas. Tudo que puder ser feito com palavras, eu adoro. (Tanto que até pras minhas danças, cada movimento tem um nome e geralmente, eu anoto tudo...)
Adoro ter um blog e escrever nele tantas vezes e quantas palavras eu achar que forem necessárias, pra todo mundo que quiser ler e me passar novas palavras sobre as que eu escrevi. E principalmente, adoro quem também gosta e sabe lidar com as palavras... ai, as palavras...

p.s.: juro q eu tentei diminuir!! heh

sábado, 12 de abril de 2008

Well it's a big big city and it's always the same
Can never be too pretty, tell me you your name
Is it out of line if I were so bold to say "Would you be mine"?...

So if you're lonely why'd you say your not lonely
Oh your a silly girl, I know I hurt it so
It's just like you to come
And go...

Well it's a big big city and the lights are all out
But it's much as I can do you know to figure you out
And I must confess, my hearts is a broken pieces
And my heads a mess
And it's 4 in the morning, and I'm walking along
Beside the ghost of every drinker here who has ever done wrong
And it's you,
That's got me going crazy for the things you do...

Era sexta-feira, a noite. Katie estava totalmente sozinha em casa e entediada.
Ninguém no msn, ninguém pra conversar, ninguém pra visitar, ninguém. Amigos? Todos sumidos ou dormindo, sexta-feira, povo trabalha de sábado. De sabádo? E o namorado? Aliás, que namorado? Era um ficante, que tava na cidade dos pais e provavelmente tinha saido com os amigos...
No auge da monotonia, Katie resolveu sair de carro, dar uma volta, ver se encontrava alguém. No meio do caminho, sabendo que não tinha absolutamente nada na cidade pra fazer, ela resolveu comprar algumas cervejas e um maço de cigarro... "é isso, preciso relaxar, no mínimo..."
Voltou pra casa, a música da rádio era ridícula, de todas as rádios... Em casa, abriu a garrafinha verde de cerveja e acendeu o primeiro cigarro. Dois goles e três tragos e a moça sentiu o corpo estremecer e relaxar. Fazia mal, ela sabia, mas era reconfortante... A dor de cabeça, ao menos, passava enquanto a fumaça saia de sua boca e ia para o céu estrelado, pela janela do quarto.
Trancada no quarto, Katie repensou todos os momentos de sua vida... o trabalho, as diversões... e sentiu como se nada daquilo valesse apena, pelo simples fato de no momento, ela não ter ninguém pra dividir nada. E ter ninguém era péssimo.
"Nunca imaginei que morar sozinha fosse tão... sem graça. Cadê todo mundo? os risos, as vozes, as companhias..." Logo agora que ela precisava tanto de alguém, estava trancada no quarto, olhando pra tela vazia do computador, enquanto a madrugada corria solta, leve, livre, solta...

So if you're lonely, why you'd say you're not lonely?

As músicas no media player começavam a se repetir e Katie sentiu sono... Com tanto tédio, não poderia ser menos... Pena que ela sabia que assim que chegasse perto da cama, o sono sumiria e ela continuaria com os pensamentos vagando, sem parar, na sua cabeça dolorida... "mais um cigarro, por favor... e será que alguém pode vir falar comigo no msn?" Katie acendou outro cigarro e abriu outra Heineken... Aahh que saudades da época que tinha amigos pra ficar na casa uns dos outros bebendo e jogando conversa fora. Não que pudesse reclamar do agora, mas o antes era bem legal também!
E por ironia do destino, a música dela com o ficante começou a tocar... "ee modo random infeliz ¬¬" Ela sentiu falta do abraço do rapaz, do cheiro e do olhar tão querido dele, mas era melhor não pensar nesse tipo de coisa. E, cansada de ficar a toa, madrugando como uma tola, Katie foi dormir. Assim como na sexta-feira entediante e solitária de Katie, nesse conto também não vai acontecer mais nada, porque a garota foi dormir.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta


De Joel Rufino dos Santos, a história desse livrinho de 72 páginas conta com bastante humor e brincadeiras, o caso do barbeiro - comunista-, o judeu da prestação - fugido da Alemanha nazista-, e do sargento da motocicleta na época da ditadura no Brasil, do Estado Novo, e do fim da Segunda Guerra Mundial.

O judeu sempre passava nas casas cobrando as prestações, e quando ele ia na casa do Albino, filho de uma das pagadoras, eles conversavam e o menino perguntava muitas coisas sobre a vida do judeu, o Isaque. Até que Albino soube que os pais do Isaque tinham morrido e que a única lembrança que sobrou deles foi um sabão em pedra que os nazistas fizeram da pele dos pais dele. E ele queria ver o sabão, só que o Isaque disse que só mostraria, pra todo mundo, no dia em que a rua toda pagasse as prestações.

Correram os boatos que chegaram na barbearia, lá, disseram que no dia de São Nunca que o judeu mostraria o sabão e o barbeiro disse que já tinha visto. Um dia, Isaque perdeu o caderninho das prestações e o barbeiro encontrou debaixo da única cadeira de sua barbearia. Desse acontecimento, o judeu e o barbeiro se unem pra enfrentar o sargento da motocicleta que desacreditava no primeiro e condenava o outro por ser comunista em época de ditadura. É lógico que eu vou ficar por aqui e dar só mais alguns detalhes, senão, daqui a pouco, conto a história inteira!

É muito interessante um livro infantil tratar do nazismo e das ditaduras desse jeito. A história se passa numa época de muita esperança, por causa do fim da guerra e por se esperar ter mais liberdade e um mundo melhor e mais justo. Num morro do Rio de Janeiro, as crianças que vivem atras do judeu, aprendem com ele e com a professora da escola como foi o nazismo e o que os que eram contra, sofreram. Com a linguagem lúdica, carregada no sotaque do judeu e cheia de onomatopéias para os pigarros do barbeiro, o narrador conduz o leitor mirim por uma aventura curta e emocionante em que ele vai descobrir, no fim, a verdade sobre o "sabom" do judeu.

As ilustrações também merecem destaque porque lembram desenhos de HQ e chamam a atençao de quem for ler e gostar também de gibis. Além disso, cada capítulo é cutíssimo e feito de diálogos, o que torna a leitura ágil e consegue entreter quem está lendo.

os personagens:
O judeu, Isaque - fugido da Alemanha comunista, era o cobrador da rua e contava pro Albino algumas de suas histórias e reflexões, fazia mist´rio sobre o sabom dos restos de seus pais e resolveu se juntar ao barbeiro quando soube de seu caderno sumido e da aposta com o sargento.

O barbeiro - apresentado apenas como barbeiro, dono da barbearia, e, segundo o próprio sargento, quando foi contar pros outros policiais sobre o barbeiro, "(...) andou falando em ditadura. Tem uma barbearia chamada Stalingrado. Mantém um corrupião chamado Trotsky. Ensinou o pobre passarinho a assobiar A Internacional." O barbeiro, enfrentando o sargento, fez uma aposta pra mostrar o sabão do judeu pra todo mundo.

O sargento - Josafá, andava de motocicleta por aí e tinha muitas intrigas com o barbeiro, apesar de frequentar o salão sempre. O sargento é, nessa história, o representante da ditadura militar, inclusive, os outros personagens sabem que não é bom mexer com ele porque senão, ele entrega a pessoa pra polícia, do jeito que ele fez com o barbeiro.

Albino e as outras crianças - curiosas, participam pouco da narrativa, mas o Albino é importante porque foi da conversa dele com o judeu que surgiu a história do sabão e daí todo o conflito e desfecho. Como toda boa criança, eles são arteiros e curiosos, além de sempre criticarem ou palpitarem sobre alguma coisa, por exemplo, Zeca Maia, que reclama do judeu estar sempre cobrando das pessoas.

Leiam :}
Não necessariamente esse livro, mas leiam! :}

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Espera!

Ansiedade.
Me dá desespero, me tremem as mãos, aperta o peito e eu praticamente sufoco, mesmo sem ter noção de alguma razão pra isso. Geralmente, até dá pra controlar, mas ultimamente, tá ficando cada vez mais difícil, mesmo com o remédio de homeopatia.
Aliás, será que essa homeopatia tá ajudando? Eu sempre fico em dúvidas porque meu humor varia demais e na última visita ao médico, eu tava super bem... meia hora depois de sair de lá, eu tava péssima, querendo que o mundo acabasse ou que no mínimo, um buraco se abrisse no chão pra eu entrar lá.
E quando dá insônia? Essa noite, eu repassei as coreografias das minhas alunas crianças umas 20 vezes, visualizei todo o festival do dia 27, imaginei as pessoas, as roupas, o que poderia e não poderia dar certo e eu não conseguia controlar meu pensamento. Geralmente, até dá pra mandar: "Cabeça, cala boca, preciso dormir!" Mas essa noite, foi horrível! me viam lembranças de trabalhos, textos pra ler, coreografias e sequências, conversas e pessoas pra ver... Uma bagunça de pensamentos que me fez ficar acordada, zanzando pela casa a madrugada toda.
E de manhã, ter que esperar todo mundo se arrumar, ter que ficar no trânsito pra chegar na universidade, esperar pra descer do carro... esperar, esperar, esperar! Foram coisas pequenas, entretanto, o suficiente pra eu surtar. Esperar, esperar, esperar! Eu odeio esperar!
Me deu vontade de virar o vidrinho das gotinhas de homeopatia de uma vez, de socar a professora, de correr, de chorar, de fazer parar a dor que eu tava sentindo no peito...
Ser ansiosa é tão difícil... e ser louca e neurótica deixa tudo pior ainda.
Ooo vida.

Continuo odiando esperar.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Como se fosse a primeira vez

Manu e Pedro moravam na mesma cidade. Durante muito tempo... Foram só amigos durante anos, até que um dia, numa noite estrelada, na sala da casa dele, vendo filme, aconteceu de eles rirem demais, com os rostos perto demais e as bocas chegaram perto demais e não se resistiram mais... Um primeiro beijo, separado, dois dias depois, pela distância de compromissos dos dois.

Estavam na faculdade, cada um num horário, ela de manhã e ele a noite. Ele trabalhava num escritório de contabilidade, apesar de fazer engenharia civil, ela dava aulas de informática e queria ser historiadora, mas fazia, por enquanto, música (quanta coisa pra uma menina só não é? Mas a Manu era assim mesmo, queria engolir o mundo numa pernada só...). Então, durante o dia, eles não podiam se ver, durante a noite, estavam sempre cansados e não conseguiam sair de casa, trabalhos e muitos compromissos, durante a semana.

Até que chegou a sexta feira e eles combinaram de se encontrar. Foram ao cinema, andaram de mãos dadas, conversaram, riram e Manu sentiu seu coração disparar quando percebeu as mãos de Pedro suadas ao lhe dar um beijo no rosto... No rosto! Pois é, naquele dia, eles não ficaram de novo... parecia até que estava acontecendo tudo de novo, como se fosse a primeira vez e essa emoção embalava os dois que marcaram de sair de novo no sábado, lógico.

Dessa vez, nessa noite de lua cheia, céu claro e tempo fresco, os dois foram pra um barzinho, com alguns amigos, conversar, beber e comemorar o fim de semana. Por baixo da mesa, Pedro segurou a mão de Manu e disse que queria, desesperadamente, ir embora. Ela disse pra todos na mesa que estava com dor de cabeça e pediu pro Pedro levá-la. Foram embora, brincando, sem se dar as mãos, pra casa dela.

Lá, ficaram vendo um filme que tava passando na tv. Era um romance e de novo, eles ficaram abraçados, Pedro acariciava levemente o braço de Manu que se apoiou no ombro dele e conversava olhando sempre nos olhos... De novo, aquela sensação de novidade, a respiração um pouco ofegante, os rostos se aproximando devagarzinho e o beijo... Aaah o beijo... os dois se sentiam flutuar enquanto se beijavam, Manu não podia sentir o toque de Pedro que já queria ficar ali, nunca esperava que fosse sentir tudo isso por ele que era tão seu amigo... e Pedro, que tinha recém terminado um namoro catastrófico, ficava, cada vez mais, encantado com a amiga...

Nova segunda-feira, novos compromissos e a semana dos dois passa, mais uma vez, agitadíssima... Ainda não tinham contado pros amigos, só pra continuar com aquela sensação de novidade. E chegou o fim de semana. E saíram, de novo... chegaram na festa da Fernanda de mãos dadas e todo mundo achou super legal que eles estavam juntos.

Pena que a ex do Pedro tava lá. E a Manu sabia da história, sentia ciúmes e o Pedro ficou diferente com ela. Com elas... ele estava incomodado, ficava fugindo da ex, Roberta, e evitava ficar muito perto da Manu. Extremamente chateada, a menina foi embora, mais cedo. Pegou um taxi e partiu, sem nem dar tchau.

Logo que Pedro percebeu a ausência da Manu, e ainda bem que isso não demorou muito, ligou no celular dela... ela não atendeu, só que não foi porque não quis, foi porque a essa hora, ela estava sozinha, numa ruela feia e suja, machucada e sem a sua bolsa... Pedro demorou demais pra sentir falta dela. Havia sido assaltada e por Deus que não tinham feito mais nada, além de bater e levar seus pertences...

A menina chorava, de raiva, de ciúmes, de tristeza, por se sentir humilhada e ofendida... Conseguiu levantar-se e ligou pro Pedro, ainda bem que ele tinha créditos! Tudo que ela queria era um abraço, ir pra casa e tomar banho. Acontece que o Pedro não atendeu porque tinha ido pra casa dela ver se a encontrava e deixou o celular na casa da Fernanda. Mais frustrada ainda, Manu foi embora caminhando, mancando e chorando. Como puderam? Ela estava a duas quadras de casa, tão perto, tão cedo e ninguém a ajudou!! E cadê o Pedro? Será que ele estava com a Roberta? Ela não queria mais ficar separada dele, além dos cinco dias da semana...

Enquanto isso, Pedro, chegando na casa de Manu, tocava o interfone desesperadamente, mas ninguém atendia. Nem a colega de quarto dela, nem ela. Nada. Pedro ficou preocupado, ligou pro celular da Manu umas quinhentas vezes e só conseguia pensar no pior, quando teve a brilhante idéia de dar uma volta pelas quadras ao redor e ver se a encontrava caminhando... A idéia de não tê-la mais nos finais de semana o entristecia e a cada passo, ficava mais angustiado para vê-la e explicar-se e abraçá-la e nunca mais deixar Manu sair daquele abraço...

Os dois se encontraram, na curva da primeira esquina, quando menos esperavam. E foi, de novo e como sempre, como se fosse a primeira vez... E Manu tinha certeza que, mesmo com todos os problemas da vida, ela teria sempre companhia. Do mesmo jeito que o Pedro sabia que aquela certeza de que ela era a menina certa nunca o abandonaria.

p.s.: quase que nem do filme, sabem? Com a diferença que nenhum dos dois perde a memória, mas tentam se reconquistar todos os dias.
p.p.: e daí, depois que a Manu se recuperou, vieram todos os sentimentos que o Vitinho descreveu tão perfeitamente no http://frivolaspas.blogspot.com/ e que eu nem preciso contar porque a maioria já deve saber como são, apesar de que ler tudo isso, nas palavras do Vitinho é até mais emocionante...)

p.s. da Mariana: gente, eu não sei howthehell se coloca um bendito link no flog. Alguém me explica de novo, plis? ¬¬
p.p.s. da Mariana: Estou idiotamente romântica e otimista ultimamente e a faculdade continua aquela mesma merda, com a diferença que eu me conformei.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O show tem que continuar

Ela se sentou, cansada. Suas pernas estavam bambas de correr, de tanto que tinha tentado fugir do peso que tinha caído em seu peito, entretanto, as lágrimas não paravam de cair porque ainda tinha aquele sentimento de derrota e o gosto era azedo que nem uva podre.

E quando ela se sentou, o mundo desabou em chuva. Ela desabou em pranto, se deixando molhar, sem preocupar-se mais com roupas, bolsa, cabelos... Ela queria jogar tudo fora, jogar-se fora, desaparecer... correr pelo chao e ser sugada pela terra como a chuva.

Quando ouviu a resposta dele, aquela confirmação pra todas as inseguranças e desconfianças dela, depois de esperar, achar que iam ficar bem, por tanto tempo, a menina queria não ter feito nada do que achava que fosse certo na época. Quando soube de todos os comentários maldosos que ele tinha feito sobre ela, de todas as traições, de todas as mentiras... que ele mesmo contou, com a expressão mais fria do mundo!!! Foram poucos meses, sim... mas ela não esperava que ele fosse tão cruel, que tudo não passasse de um joguinho e ela fosse uma tola que caiu feito um patinho feio, iludido da vida...

A chuva foi ficando mais fraca... e os pensamentos menos intensos... Depois de se xingar, se arrepender, chorar e ter vontade de matar todo mundo, a menina começou a respirar mais calmamente... Estava se sentindo aliviada pelo banho de chuva... Podia ter sido pior, podia ser época da ditadura, ter sido torturada, seus pais podiam ter morrido, ela podia ter reprovado de ano, batido o carro, ter ficado paralítica... mas tava tudo bem! Ela estava inteira, com todos os dias inteiros só pra ela... Apesar do coração partido, da falta de vontade de continuar, ela tentava colocar esses pensamentos em prática... porque a pequena equilibrista, na corda bamba de sombrinha, sabe que o show tem que continuar...

Tem que continuar.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Crescendo...


"te gosto!" "te adoro!" "te amo!"
Isso dá medo de falar, de ouvir e de sentir… Coisa estranha gostar de alguém! Coisa mais estranha ainda quando o gostar cresce cresce cresce e floresce amor. (Coisa triste quando acaba, morre, não é regado, nem cuidado…)

E ver o gostar crescendo dá medo… Acho que é quase como ter um bichinho de estimação, uma plantinha especial, um filho, até! A gente tem medo de dar água e comida demais, tem medo de dar comida demenos, de dar atenção demais, de demonstrar de menos, de ser indiferente demais, de querer muito pouco… É difícil acertar!

Ainda mais quando a gente não sabe direito o que a outra pessoa pensa, apesar de que conhecer os pensamentos alheios é algo que a gente relmente nunca vai saber o suficiente… De qualquer forma, regar a plantinha do gostar com o tanto de água certa e deixar ela no sol o tempo necessário seria muito mais fácil se ela avisasse logo, tipo: “hei, você tá colocando água demais!” ou “hei, me tira do sol, tô torrando!”

Então, quando o "eu gosto de você" começa a querer crescer pro "eu te amo", seria muito mais fácil se a gente soubesse o quanto o "eu te amo" da outra pessoa também está crescendo ou diminuindo ou estático. Imagina, que delicinha, se os dois gostares se dão as mãos e crescem juntos?


p.s.: eu não resisti, mesmo! No meio de tanta monografia, aula de inglês e livros chatos pra ler, as idéias não param, impressionante!
p.p.s.: eu não tô apaixonada! Só tava pensando sobre isso hoje.