sábado, 19 de janeiro de 2008

E um pouco a mais.

"...Pois caiu no mar e se apagou
Se souber nadar, faça-me o favor
O milagre que esperei
nunca me aconteceu
Quem sabe só você pra trazer o que já é meu?
Não há de ser nada, pois sei que a madrugada acaba quando a lua se põe.
A estrela que eu escolhi não cumpriu com o que eu pedi e hoje não a encontrei..."

Caiu no mar e se apagou.
Saudades do mar, da lua e do cheiro da praia a noite. Pena que tinha tantas pessoas e tanto sol por lá.
Do mais, a gente esquece o tempo, as dores e os sabores conforme os dias correm soltos por aí, brincando de pega pega. Esqueço os sabores... Estranho se dar conta de não lembrar mais das vozes, dos risos, dos costumes e dos cheiros. Péssimo se esquecer dos sabores...
E esse telefone que não para de tocar?
As vezes a gente só quer ficar um pouco sozinho... um minuto de silêncio pelos mortos da bomba de Hiroshima, por favor?
E mais alguns outros pelos mortos de todos os lugares, de todas as guerras de todos os povos, de todos os tempos. Fiquem em silêncio pra sempre pelas esperanças mortas do meu coração.

Depois, me dizem pra sair mais, viver mais, ver mais gente, sorrir mais e fazer novos amigos. Não, obrigada, o meu cobertor está ótimo, os amigos velhos são mais do que suficiente e não precisamos de muito mais do que algumas latas de cerveja, algumas piadas e uma boa música para fazermos o nosso sábado.

Sabe, as vezes eu me sinto como uma boneca de pano usada, velha e sem graça. A criança brincou tudo que podia brincar, foi embora e a deixou de lado, totalmente inútil. Momento deprê, com certeza... Não que eu precise disso, mas hora ou outra, deixo minha tristeza me invadir e sinto com toda a força do mundo, até o nó na minha garganta explodir e eu não aguentar mais o peso das lágrimas caindo no rosto, enquanto me afogo em todas as péssimas memórias dessa vivência tola e sem sentido. Depois passa e eu posso voltar a sorrir, como se nada fosse difícil e todos os caminhos fossem de tijolos amarelos para nos levar onde quisermos ir.

Sinceramente, eu acho uma pena quando amores e paixões tão lindos acabem. Entretanto, o que fazer quando não se ouve mais a música? Insistir e tentar tocar outra? não, obrigada. Se eu não ouvi mais, não tem volta e eu não tenho mais ânimo, vontade, coragem e nem forças pra insistir, lutar ou recriar novas músicas. As pessoas passam, elas vão embora e eu também. Quem nunca se decepcionou comigo ao menos um milésimo de segundo que jogue a primeira palavra. E pra quem se decepcionou, sinta-se em casa pra não guardar rancores, afinal, de que adianta se no fim das contas tudo vai acabar em pizza e numa amizade velha de bar?

Acho que por fim, eu quero o ar, eu quero um palco e mais espetáculos pra dançar. Quero o carnaval, o samba, o povo e o arrepio que me dá ao som da bateria. Quero o violão e o poeta cantando todas as músicas do seu velho, novo e usado repertório e o ombro amigo pra poder andar a toa nas ruas, chutando latas e histórias por aí. Eu quero a bebida mais embreagante, as danças mais emocionantes e as risadas que deixem as bochechas mais doloridas. Um ou outro carinho, um ou outro amor porque assim a vida ganha alguns novos tons e eu quero cor! Todas as cores do arco-íris, os verdes das florestas, os azuis do céu e do mar, a vida de todo o universo.
Por fim, eu quero um abraço e dormir sabendo que o alguém em quem eu penso também pensa em mim.

Todas as minhas criações, um dia, vão pro lixo. Meus filhos gritam, não os aguento mais dentro de mim, preciso escrever.

p.s.: eu não tô bêbada!

4 comentários:

Anônimo disse...

"Eu quero a bebida mais embreagante"
de novo, Mariana???
hahahah
Adorei esse texto!
E olha, vc ainda nao tirou essa porcaria de verificador de palavras?? Tira logo isso, tira, tira!!!
=)
Bjoooo!



nvypjqq

Alessandra Castro disse...

"Depois, me dizem pra sair mais, viver mais, ver mais gente, sorrir mais e fazer novos amigos. Não, obrigada, o meu cobertor está ótimo, os amigos velhos são mais do que suficiente e não precisamos de muito mais do que algumas latas de cerveja, algumas piadas e uma boa música para fazermos o nosso sábado."

Faço minhas, suas palavras. Outro dia mesmo tive uma briga por conta do meu comodismo atual. Mas sei lá, ando tão tranquila assim. Feliz? Naum sei, mas tranquila concerteza.

Douglas Funny disse...

Vc está sendo precipitada... ninguem falou q vc tava bebada quandu escreveu esse post. Acontece nas melhores familias...

Mas esse texto ficou quente, eu gostei... "Um ou outro carinho, um ou outro amor porque assim a vida ganha alguns novos tons e eu quero cor!" gostei desce barato da cor...

Bjokas!!

Giovana Lago disse...

Um dos textos mais belos que já vi em blogs. Mulher, assino embaixo com minha canetinha bic.