segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Uma história de vida e outra de vida também.

(O amor nasce.)

Once upon a time,
uma menina e ela estava lá, parada na porta.
O dia estava claro, com algumas nuvens da chuva que acabara de ir embora. O chão ainda mostrava a presença da água e ela na porta. Olhando, esperando e olhando.
De repente, tão rápido quanto um urso panda no começo do inverno, o amor veio. E era primavera.
Forte.
Grande.
Inevitável.
O amor veio forte como uma avalanche nas montanhas nevadas de onde tem montanhas nevadas. Grande como algo impossível de se abraçar, de tão grande que é. Inevitável como uma bomba jogada na guerra, para explodir e matar. Assim, ele morreu de amor quando a viu parada na porta. Olhando. A mesma cena de alguns meses atrás se repetia nesse dia claro de chuva ida embora.
O amor explodiu nele e destroçou todo o vestígio de não vida que ainda existia ali. O amor explodiu e o rapaz começou a viver. E ela estava parada na porta, olhando o dia que não chovia mais, enquanto todos esses pensamentos sobre o amor gigante e avassalador passavam pela cabeça dele que também a olhava.
Ele entrou pelo portão, caminhou os quilômetros que os separavam no pequeno quintal. Até ela. Devagar, a menina moveu o rosto e parou seus olhos claros, azuis como o céu depois da chuva, nos olhos dele. Castanhos.
Uma brisa bateu, ela sorriu e lhe estendeu a mão. A brisa passou por ele, sorriu de volta e entrelaçou os dedos nos dela.
O amor explodiu, devastando toda a solidão que antes havia ali. Eles se abraçaram e começaram a viver.


(O amor morre.)
Eu poderia escrever mais. Na verdade, eu passaria a noite toda escrevendo ou falando sobre o amor dos dois que explodiu naquela tarde. Porém a noite é curta e que se deixe o amor deles viver e se ir em paz.

Não há nada mais que falar, a não ser sobre esse amor gigante que acaba de partir de mim. Era amor, realmente. Adoeceu, no fim das contas, depois de tantas bactérias-ofensas, vírus-preocupações e outras tantas doenças de outros seres minúsculos-frustrações e decepções diárias. Por fim, o amor pegou AIDS e não pôde mais se defender de nenhuma doença.

Morreu.

E foi devagar. O amor aproveitou seus últimos dias de uma maneira absurdamente feliz, como se não houvesse doença alguma e já não estivesse totalmente fraco e abalado. Seus últimos dias de consciência foram lindos. Até que parou de tomar os remédios, depois que a tuberculose ofendeu-o pela última vez.

Ele decidiu: "Não, não quero, não preciso e nem mereço mais viver."

Ainda demorou quase um ano e pouco, e dia a dia, noite após noite, o amor se apagou. Sem os remédios, ele se enfraqueceu. Vez ou outra, ainda assim, ele se arrependia de se deixar morrer depois de ter luatdo tanto e por tanto tempo. Tentava até se recuperar, mas então batia aquela melancolia da certeza do não-volta e as lembranças de tantas doenças doloridas voltavam e o amor aceitou que realmente não valia a pena.

Com a chegada do fim do ano, uma última vez, o amor se sentiu vivo, mas doeu tanto que lhe pareceu tentarem arrancar-lhe o coração. Doeu, chorou. No dia seguinte, amanheceu muito mais fraco. Já não via a hora de se tornar apenas mais uma história na vida.

Em mais alguns dias, a AIDS não permitiria mais reação alguma e as outras doenças, principalmente a pneumonia-decepção e a tuberculose-ofença, terminariam por dominar tudo e matá-lo. Finalmente.

Assim a morte veio. Calma e bela, sorriu um sorriso gentil e pegou o amor pelas mãos. Puxou-o levemento para si e deu um abraço delicado. Pobre amor, já estava em destroços, quase invisível. Me sorriu ao abraçar a morte.

Os dois deram tchau de longe e quando desapareceram no horizonte, meu coração deu um suspiro fundo e voltou a viver, leve.
(Outro amor, agora, pode nascer)

8 comentários:

Giovana Lago disse...

*shorano litros*
que lindo mar e ana ;_;

Anônimo disse...

Credo! Quer dizer... sei lá!!!

Eu lendo e pensando "nao, perae, o amor nao pode morrer, eh o amoooor!!!".... mas.. hum... é, o amor nasce de novo de outros jeitos, modos, pessoas, coisas.

Gostei do texto!
Bjos

Bonie disse...

Bom... pelo menos enquanto ele viveu, viveu uma vida feliz, né?

Ahhhh e se ele morreu pra dar lugar a um novo amor, provavelmente ele cumpriu direitinho a dunção dele por aqui, eu acho.

Que nasça um novo! :)
Beijo Mari!

Alessandra Castro disse...

Meudeos q texto triste gezus! Má super atual, amor com aids me chocou. Sua vanguardista. ;)

Renatinha disse...

Mas que isso? Quando eu resolvo dar as caras aqui a Mariana escreveu um texto super ultra mrga hiper (adoro escrever assim! é tão quinta séria...! hahaha) triste!
Prefiro a Mari reclamona que está sempre 'de cara' com alguma coisa! =]

Saudade de você, Mar e Ana...!

*ióóóóóóón*

Renatinha disse...

*mega
*série


Sou analfabeta, desculpaí! hahahaha!

Alan Bariani disse...

Adorei o texto! E não achei ele tão triste assim, pois se um amor morreu com certeza outro vai nascer e outras histórias vão acontecer...

Como diria o mufasa para o simba... "é o circulo da vida filho."

=]


Alan...

Anônimo disse...

OI ! Axei seu blog por acaso

Vc escreve super bem!E o blog tah lindoo ^^

Se tiver um tempinho passa lah no meu? eh:
rafaellynhaa.blogspot.com

Bjoss =**