sexta-feira, 11 de abril de 2008

O barbeiro e o judeu da prestação contra o sargento da motocicleta


De Joel Rufino dos Santos, a história desse livrinho de 72 páginas conta com bastante humor e brincadeiras, o caso do barbeiro - comunista-, o judeu da prestação - fugido da Alemanha nazista-, e do sargento da motocicleta na época da ditadura no Brasil, do Estado Novo, e do fim da Segunda Guerra Mundial.

O judeu sempre passava nas casas cobrando as prestações, e quando ele ia na casa do Albino, filho de uma das pagadoras, eles conversavam e o menino perguntava muitas coisas sobre a vida do judeu, o Isaque. Até que Albino soube que os pais do Isaque tinham morrido e que a única lembrança que sobrou deles foi um sabão em pedra que os nazistas fizeram da pele dos pais dele. E ele queria ver o sabão, só que o Isaque disse que só mostraria, pra todo mundo, no dia em que a rua toda pagasse as prestações.

Correram os boatos que chegaram na barbearia, lá, disseram que no dia de São Nunca que o judeu mostraria o sabão e o barbeiro disse que já tinha visto. Um dia, Isaque perdeu o caderninho das prestações e o barbeiro encontrou debaixo da única cadeira de sua barbearia. Desse acontecimento, o judeu e o barbeiro se unem pra enfrentar o sargento da motocicleta que desacreditava no primeiro e condenava o outro por ser comunista em época de ditadura. É lógico que eu vou ficar por aqui e dar só mais alguns detalhes, senão, daqui a pouco, conto a história inteira!

É muito interessante um livro infantil tratar do nazismo e das ditaduras desse jeito. A história se passa numa época de muita esperança, por causa do fim da guerra e por se esperar ter mais liberdade e um mundo melhor e mais justo. Num morro do Rio de Janeiro, as crianças que vivem atras do judeu, aprendem com ele e com a professora da escola como foi o nazismo e o que os que eram contra, sofreram. Com a linguagem lúdica, carregada no sotaque do judeu e cheia de onomatopéias para os pigarros do barbeiro, o narrador conduz o leitor mirim por uma aventura curta e emocionante em que ele vai descobrir, no fim, a verdade sobre o "sabom" do judeu.

As ilustrações também merecem destaque porque lembram desenhos de HQ e chamam a atençao de quem for ler e gostar também de gibis. Além disso, cada capítulo é cutíssimo e feito de diálogos, o que torna a leitura ágil e consegue entreter quem está lendo.

os personagens:
O judeu, Isaque - fugido da Alemanha comunista, era o cobrador da rua e contava pro Albino algumas de suas histórias e reflexões, fazia mist´rio sobre o sabom dos restos de seus pais e resolveu se juntar ao barbeiro quando soube de seu caderno sumido e da aposta com o sargento.

O barbeiro - apresentado apenas como barbeiro, dono da barbearia, e, segundo o próprio sargento, quando foi contar pros outros policiais sobre o barbeiro, "(...) andou falando em ditadura. Tem uma barbearia chamada Stalingrado. Mantém um corrupião chamado Trotsky. Ensinou o pobre passarinho a assobiar A Internacional." O barbeiro, enfrentando o sargento, fez uma aposta pra mostrar o sabão do judeu pra todo mundo.

O sargento - Josafá, andava de motocicleta por aí e tinha muitas intrigas com o barbeiro, apesar de frequentar o salão sempre. O sargento é, nessa história, o representante da ditadura militar, inclusive, os outros personagens sabem que não é bom mexer com ele porque senão, ele entrega a pessoa pra polícia, do jeito que ele fez com o barbeiro.

Albino e as outras crianças - curiosas, participam pouco da narrativa, mas o Albino é importante porque foi da conversa dele com o judeu que surgiu a história do sabão e daí todo o conflito e desfecho. Como toda boa criança, eles são arteiros e curiosos, além de sempre criticarem ou palpitarem sobre alguma coisa, por exemplo, Zeca Maia, que reclama do judeu estar sempre cobrando das pessoas.

Leiam :}
Não necessariamente esse livro, mas leiam! :}

3 comentários:

Rodrigo Dias disse...

Livros que contam besteiras? Está na minha lista. =D

Ah! SIm, todos temos de ler, mas não textos muito longos quando estamos cansados. =D

Beijo

P.s.: com relação ao "tu", o "tu" gaúcho é mais charmoso. Ouça-me um dia e comprovarás. =D

Alessandra Castro disse...

Tenho uma grande curisidade por todos os livros q retratem este tipo de tema, sempre quis entender o pq de algo tão horrivel ter se espalhado em nosso planeta. Acho válido crianças aprenderem sobre o preconceito assim, cedo mesmo. Cria base.

Anônimo disse...

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